Ivan Jaf
il. Cris Eich & Jean-Claude
Edições SM, 2004
120 pp.
Adolescer é adoecer, é buscar possibilidade de compreensão de si mesmo, é conflituar-se. Isto é o que ocorre na aventura do menino no interior do buraco. Buraco quase poço, com poucas possibilidades de libertação, sem espaço sequer para que o corpo possa descansar de forma cômoda, sem chance de que um grito possa atrair salvação. O menino está no interior da terra, sofre, machuca-se em sua luta para atingir a abertura do buraco, por onde observa o tempo passar, o sol se pôr, a noite vir. Precisa enfrentar seus medos e descobrir, sozinho, uma forma de voltar à tona, de emergir da própria terra, como se tivesse de realizar um novo parto. Terra, ventre original. E, utilizando apenas o material de que dispõe, o menino escalará as paredes do buraco, não sem antes machucar-se, não sem antes repensar a relação paterna. Estar no buraco é ocasião para amadurecimento. Assim, ao sair, vai ao encontro do pai e consegue estabelecer nova relação. |
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Professora Psicopedagoga Simonne Machado