Nesta semana, o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, indicador que mede a qualidade do
ensino no país. Para cada escola, rede de ensino, município e estado é atribuída uma
nota de 0 a 10. De posse desses resultados, agora é hora de os gestores analisarem
aquilo que o Ideb indica e buscar soluções para superar problemas na qualidade da
oferta. Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep), acredita que o principal objetivo do Ideb é a mobilização da
sociedade. ''É preciso que as escolas e os pais tenham uma ideia do retrato da qualidade
do ensino. É preciso que a escola olhe esses número, compare com outras e reflita. E os
pais perguntem por que aquela escola vai bem ou não'', defende Fernandes, que foi o
responsável pela criação do indicador em 2005. Uma das recomendações é que a escola
compare o resultado obtido com outras unidades da mesma rede que recebem um público
semelhante. Também é importante verificar se as metas de melhoria da qualidade foram
atingidas. O Ideb atribui uma nota diferente para três etapas da educação básica: anos
iniciais (1º ao 5º) e anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental e ensino médio. Todos
os entes federados e escolas têm metas a serem cumpridas até 2022, bicentenário da
Independência do Brasil. ''Nós temos um sistema de educação descentralizado, ou seja, a
oferta é feita por mais de 5 mil redes, se eu não tenho um critério de aferição de
resultados que seja comparável, as escolas correm o risco de ficar isoladas. A
comparação é importante porque nenhuma medida faz sentido sem uma referência'',
explica Reynaldo. Outra tarefa importante para as escolas é aprender a ''ler'' os resultados
do indicador. O Ideb é calculado a partir da taxa de aprovação e do desempenho dos
alunos na Prova Brasil, avaliação aplicada pelo Inep a cada dois anos. É a partir
dessas
informações que o indicador é calculado e os dados também devem ser
observados
isoladamente. Assim, a rede de ensino ou escola pode identificar se o problema é de
fluxo ou de aprendizagem - ou a combinação de ambos. Fernandes ressalta que o Ideb é
apenas um dos vários instrumentos possíveis para avaliar a qualidade. Ele critica o
ranqueamento das escolas a partir das notas e recomenda que os gestores comparem
seus resultados com outras unidades e redes que atendam a um perfil de alunos
semelhante. ''Por isso é importante a divulgação de todas as escolas para você ter essa
referência e não para fazer como se fosse um campeonato em que quem chega em
primeiro lugar ganha um troféu, como se fosse uma corrida de Fórmula 1'', aponta. Os
resultados do Ideb estão disponíveis para consulta no site do MEC.
**O IDEB também serve para aferir o nível de estress do professor, suas
dificuldades encontradas na Unidade Escolar; poir muitas vezes o profissional
quer atuar com mais empenho , mas esbarra em uma gestão descomprometida e
alheia, resultando em índices alarmantes para escola e para a sociedade que via
de regra sempre culpa o professor.
Professora Simone Calixto