domingo, 24 de março de 2013

Trote universitário não é tradição, é relação de poder', diz especialista


Apesar das instituições de ensino superior incentivarem ações de entretenimento, humanitárias ou pedagógicas para receber novos alunos, caso de trotes abusivos carregados de preconceito ou violência continuam sendo registrados em todo o país nesta época do ano. Muitas práticas se repetem sob alegação de que são tradicionais e fazem parte da história de determinadas faculdades. Estudiosos do trote universitário ouvidos pelo G1 afirmam que é preciso acabar com esta prática.
“Não tem nada a ver com tradição, a questão do trote é relação de poder. Um grupo político disputa o controle da situação. O menino que vai para a rua pedir dinheiro [nas brincadeiras de pedágio] é o soldado raso em uma hierarquia que tem general”, afirma Antônio Ribeiro de Almeida Júnior, professor do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura (Esalq). O especialista é autor de três livros e estuda o tema desde 2001. "Ao longo do ano vejo o aumento da violência, e não da consciência."
Vários episódios de violência física ou psicológica foram registrados nas últimas semanas. Em Minas Gerais, uma caloura foi fotografada pintada de preto com as mãos acorrentadas e uma placa de identificação com o nome "Chica da Silva." No Rio Grande do Sul, os 'bixos' tiveram de segurar uma cabeça de porco e tomaram um banho com líquido que continha vísceras de peixe.
As atléticas e centro acadêmicos das universidades costumam rebater as críticas dizendo que as atividades são ações isoladas, ocorrem independentemente das instituições e a participação dos estudantes é voluntária. Muitas instituições até disponibilizam telefones que funcionam como 'disque trote' para denunciar casos de coação e constrangimento.
UFMG: suspeita de ato racista:
A vice-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rocksane de Carvalho Norton, disse, nesta terça-feira (19), que uma comissão de sindicância foi formada para investigar o trote envolvendo alunos do curso de direito. De acordo com uma portaria assinada pela direção da Faculdade de Direito, o grupo formado por três professores vai apurar as responsabilidades do fato ocorrido nesta sexta-feira (15).
O trote tem provocado polêmica desde que duas fotos começaram a circular na internet. Em uma delas, uma jovem aparece pintada de preto e tem uma placa de papel pendurada no pescoço com os dizeres “caloura Chica da Silva”, as mãos dela estão acorrentadas e um rapaz segura essa corrente. Na outra imagem, três jovens, um deles com um pequeno bigode, fazem um gesto típico dos nazistas – a mão esticada para frente – ao lado de um rapaz amarrado a uma pilastra.
Rocksane falou que a comissão tem 30 dias para chegar aos que participaram do ato, mas o prazo poderá ser prorrogado por mais um mês se todos os fatos não forem esclarecidos. A vice-reitora contou que, de acordo com o Regimento Geral da UFMG, os estudantes podem ser penalizados com advertência, suspensão ou até desligamento da universidade. A punição varia conforme a gravidade e o entendimento da comissão investigadora.
Ainda segundo Rocksane, a UFMG não sabe quantos estudantes participaram do trote, mas, que, normalmente, alunos com este tipo de comportamento não fazem parte de diretórios acadêmicos e não têm vínculo institucional com movimentos estudantis. “Os alunos do DCE [Diretório Central de Estudantes] não são a favor de trotes. Pelo contrário, eles fazem ações contra esse tipo de movimento, fazem o trote solidário como a doação de sangue”, exemplificou Rocksane.
A professora reforçou que a prática de trote é terminantemente proibida e que o ato é repudiado pela universidade. “Esse tipo de ação gera constrangimento e isso é inadmissível em uma instituição de ensino. Isso é extremamente agressivo à comunidade de uma forma geral”, definiu.

Calouros negam coação
Um grupo de calouros do curso de direito disse, nesta terça-feira (19) ao G1, que repudia quaisquer atitudes racistas e nazistas, mas que o trote aplicado na última sexta-feira (15) não teve esta conotação.  Os cinco estudantes, que não quiseram se identificar devido à repercussão do caso, afirmaram que não foram coagidos pelos veteranos a participar do evento.
Vejo, como educadora,pedagoga e psicopedagoga e concluinte de Direito o trote absolutamente desumano e cruel...Houve um tempo em que o trote era o momento de alegria , nossos jovens apareciam orgulhosos com seus rostos pintados com o nome da Instituição Educacional e o Curso...
Era festa, alegria...Tendo em vista que nossos jovens não cultuam de modo algum os valores de duas décadas atrás, haja vista os crimes que cometem inclusive contra pais, criaram "regras e valores" próprios...
Coincidência ou não, todos os jovens de todos os tempos são influenciados pelo que leem, ouvem e exemplos.
Nossos jovens não leem! Não ampliando portanto sua visão de mundo...
Escutam o que eles insistem em chamar de música...Quantos poetas, letristas teremos destas influências? 
Cultuam os traficantes, marginais ,com a ajuda da mídia, que colocam estes em status de "estrelas".
Ora famílias omissas, influências negativas, valores e regras sociais destorcidas só podem resultar em comportamentos desenfreados e psicopatas como estes...
Urge a participação da SOCIEDADE, da FAMÍLIA para que resgatemos da morte anunciada milhões de jovens "sem noção", sem ,medidas...
Penélope Sharmosa




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