quarta-feira, 22 de maio de 2013

“SOMOS TÃO JOVENS?”





Há algum tempo observo paradoxos de nossa juventude...
Aconselham uns aos outros como verdadeiros “PHDs”, mas são incapazes de administrar a própria roupa íntima.
Usam maquiagem como verdadeiras profissionais, entretanto não possuem qualquer zelo onde vivem e convivem com o outro, o que se estende às salas de aula, onde agem como verdadeiros vândalos, dificultando o trabalho das já tão sofridas merendeiras, inspetores escolares, nossas amigas da limpeza.
É ausência de educação? Em absoluto...
Via de regra, costuma-se delegar aos alunos de escolas públicas estas “atitudes”, mal conhecem o universo das escolas particulares...
A fim de validar esta triste realidade alunos pouco mais privilegiados, com acesso livre à internet, televisão a cabo, aparelhos sofisticados de jogos, são os mesmos que chegam da escola, vão direto para a internet, aconselhando, valem-se de artifícios duvidosos a afim de burlar os programas de segurança , para se utilizarem de vocabulário limitado, preguiçoso tal como suas atitudes.
A casa? Se tiver empregada doméstica, esta que “corra atrás de sua produção de lixo, de desorganização, de desrespeito”. Na ausência desta profissional a mãe que faça as vezes da mesma.
Não estamos falando de crianças, infelizmente esta realidade é característica daqueles que estão “às portas dos vestibulares...” Que se consideram aptos a namorar, a beijar muito (palavras deles...), mensagens, posts em redes sociais demonstram seu desinteresse por tudo que pode ser feito por outros, incompatíveis com a realidade educacional que tiveram a sorte de ter...
Possuem ou querem possuir animais, mas é vergonhoso limpar à sujeira características destes, é tarefa de empregada ou de mãe, o que no caso deles são sinônimos...
Não assumem a organização e limpeza de roupas íntimas, quiçá ajudar na manutenção da cozinha, sala, quarto então...chega-se a coletar detritos alimentares...
Conversar, fazer companhia aos pais, imagine, “os migos” do face os esperam desesperadamente.
Passei por uma desagradável experiência, em 2009 minha mãe ficou 9 dias no hospital Pérola Bygton para a retirada de um tumor e de uma mama.Assistia estupefata à mulheres que não recebiam visitas dos filhos, já que eu fiquei ao lado de minha mãe durante os 9 dias. Me me revoltei com juventude, a mesma que segundo as mães desoladas comentavam ter idade de meus alunos, pensava que “eu havia errado como educadora, como psicopedagoga”.
Elas vinham todas com seus “cachorrinhos” para nosso quarto, aquilo para quem me conhece sabe o quanto me machucava: não me imaginava longe de minha mãe em um momento destes ou qualquer outro em que eu pudesse ter a utilidade de servi-lhe sequer um copo de água...
Hoje percebo com pesar que no hospital foi apenas um termômetro do que se resume a “juventude”.
Uma geração de fúteis em sentimentos, ações, valores, amor... Amor verdadeiro a quem merece, sem objetivos.
Estão se ouriçando com um filme sobre o qual fiz alusão no título deste texto... Jamais entenderam a linguagem de Renato Russo, Cazuza, que ao contrário dos mesmos, não foram escravos “inertes” da internet.
O artista nos deixou valores, princípios, objetivos, mas a juventude apenas “quer ir ao cinema”.
Assim como ele não fui escrava da internet, bem como a maioria das pessoas com quem realmente consigo manter relação de amizade. Líamos muito, buscávamos nossos objetivos que estavam muito além desta futilidade mundial.
É difícil para nós observar indiferente a tudo, melhor “a nada disto”.
Que existem pais e famílias omissas, nós educadores o sabemos como ninguém, o que não justifica totalmente esta inversão de valores.
No tempo de Renato Russo, Cazuza não víamos tantos menores na criminalidade, havia , é fato, porém era exceção não a regra que se  estabeleceu, o que não é difícil de compreender, uma vez que não possuem valores éticos, morais, afetivos por pais e familiares, a consequência é o estamos assistindo: estamos reféns de menores em casa e nas ruas...Continuamos sós...
Este absoluto vazio afetivo, moral tem levado muitos pais à depressão, pois incautos se culpam achando ( inocentemente) que deveriam ter oferecido mais...
Não façam isto pais e mães, vocês nos ofereceram o que puderam e não nos apoiamos nisto para inverter sentimentos, objetivos, valores, ao contrário: nos deram oportunidade de nos tornarmos minimamente “pessoas de bem.”

Atena

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Espero sinceramente ser útil a você.

Muita Luz e Paz!

Professora Simone Calixto