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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Estudante de SP consegue na Justiça mudar a nota da redação do Enem

04/01/2012 14h05 - Atualizado em 04/01/2012 14h19

Nota de jovem de São Paulo mudou de 0 para 880 pontos.


"Anulação por causa de impropérios eu acho absurdo", 

afirmou o aluno.

Ana Carolina MorenoDo G1, em São Paulo

Um estudante de 17 anos de São Paulo conseguiu, na Justiça, a revisão de sua nota no Exame 

Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado em outubro de 2011. O jovem Michael Cerqueira de 

Oliveira teve sua redação anulada na divulgação das notas do Enem no final de dezembro. Mas a 

nota foi alterada depois que a escola onde ele estudou, Lourenço Castanho, protocolou um pedido 

judicial para ter acesso à prova. O Ministério da Educação fez então uma nova correção da prova. 

Após a revisão, a nota da redação do estudante mudou de 0 para 880 pontos (o valor máximo é 1.000 

pontos).
"Fui ver minhas notas esperando a nota correspondente ao esforço que tive durante o ano", contou o 

estudante ao G1. "Quando vi que a redação tinha sido anulada não acreditei naquilo."

A assessoria de imprensa do MEC afirmou que a redação havia passado por três corretores, o que 

acontece somente se as notas de dois deles tiverem uma diferença de mais de 300 pontos. Segundo o 

MEC, no caso específico do estudante de São Paulo, não houve erro na correção da redação porque 

ela passou por três corretores. No entanto, a assessoria de imprensa afirmou que não pode comentar 

detalhes sobre a prova e a razão pela qual ela foi anulada. O MEC afirmou que, após o pedido da 

Justiça, foi feita uma quarta correção da redação de Michael.

Uma redação é considerada "anulada", segundo o edital do Enem, se contiver "impropérios, 

desenhos e outras formas propositais de anulação".

"Se fosse fuga do tema, por mais que achasse estranho eu não ficaria tão bravo, mas anulação por 

causa de impropérios eu acho absurdo", afirmou Michael. "O Enem é um dos vestibulares mais 

importantes pra mim, eu não faria isso, é uma das minhas opções", disse.

De acordo com a mãe do estudante do colégio Lourenço Castanho, a cozinheira Cleonice Cerqueira 

Silva Oliveira, de 45 anos, Michael enviou mensagens aos seus professores e ao diretor da escola. 

Então, eles decidiram acionar a Justiça com um habeas data, para ter acesso à correção da prova. No 

dia 30 de dezembro, ele recebeu uma ligação de Brasília afirmando que a nota tinha sido alterada.

Michael mora com a mãe e outro filho mais novo no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo. O 

candidato do Enem cursou o ensino fundamental em escola pública e ganhou uma bolsa para cursar o 

ensino médio no Lourenço Castanho em 2009, selecionado em um programa de oportunidades para 

jovens com bom desempenho acadêmico gerido por uma ONG.

Além do Enem, que ele quer usar para conseguir uma vaga na Universidade Federal do Rio de 

Janeiro (UFRJ), o vestibulando também foi aprovado para a segunda fase da Fuvest e da Unicamp, e 

fará as provas em janeiro. Ele também espera o resultado do processo seletivo da Fundação Getúlio 

Vargas (FGV) e da segunda fase da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em todas as 

instituições, o candidato se inscreveu para cursar economia. "Quero focar minha carreira em 

administração pública", disse.

http://simonnemachado.blogspot.com.br/

Professora  Psicopedagoga Simonne Machado