Os precursores do BEHAVIORISMO, UM BREVE RELATO HISTÓRICO PARA MELHOR COMPREENSÃO:
(John Broadus Watson)
O comportamentalismo, ou behaviorismo (do inglês Behaviorismo, derivado de behavior que significa comportamento, conduta), é “teoria e método de investigação psicológica que procura examinar do modo mais objetivo o comportamento humano e dos animais, com ênfase nos fatos objetivos (estímulos e reações), sem fazer recurso à introspecção”, segundo o dicionário Houaiss, ou seja, como próprio nome já diz, tem como objeto de estudo o comportamento, que é caracterizado pela resposta dada a estímulos externos, e segundo Watson, “seu objetivo teórico é prever e controlar o comportamento” (Schultz, p. 239).
Não é possível afirmar a data precisa de criação do Comportamentalismo, porém, pode-se dizer que surgiu a partir de um protesto contra o funcionalismo e o estruturalismo e em 1913, cujo líder foi John B. Watson, PhD pela Universidade de Chicago , que era considerada o centro da psicologia funcional, movimento que Watson era contra. Sua ambição era um movimento em oposição ao funcionalismo e ao estruturalismo, pois, assim como Wunt ,seu objetivo era a criação de uma nova escola em que houvesse a distinção dos métodos até então adotados.
Watson tinha como propósito a objetividade científica e o estudo dos comportamentos observáveis e que pudessem ser descritos através do conceito de estímulo e resposta, o que indica a semelhança com os experimentos da psicologia animal, ramo em que ele preferia fazer seus experimentos. Devido a esse caráter objetivo e criterioso, foi dada uma contribuição muito importante para a formação da Psicologia científica. Para tal, foram descartadas as idéias "mentalistas", assim como os termos empregados por elas como os de consciência,sensação e mente , pelo fato de o Comportamentalismo ter como base estudos mais objetivos e concretos, e também rompe com o método de introspecção i, pelo fato de admitir a presença de processos conscientes na análise e, por isso, não pode ser objetivamente observada e, também, porque não eram admitidas grandes diferenças entre o estudo do comportamento de animais e de humanos, pois usavam o conceito de estímulos e respostas em ambos.
(Burrhus Frederic Skinner)
Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do BEHAVIORISMO RADICAL, abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-relações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo.
A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento humano através do COMPORTAMENTO OPERANTE (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e não manipulá-lo[.
O trabalho de Skinner é o complemento, e o coroamento de uma escola psicológica. Skinner adotava práticas experimentais derivadas de física e outras ciências.
Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem.
COMPREENDENDO DO COMPORTAMENTO:
BEHAVIORISMO
O
termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson,
em artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas
a vêem”. O termo inglês behavior significa
“comportamento”; por isso, para denominar essa tendência teórica,
usamos Behaviorismo e, também, Comportamentalismo, Teoria Comportamental,
Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento.
Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia,
dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando
um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos
em diferentes condições e sujeitos. Essas características foram importantes
para que a Psicologia alcançasse o status de ciência, rompendo definitivamente
com a tradição filosófica.
Watson também defendia uma perspectiva
funcionalista para a Psicologia, isto é, o comportamento deveria ser estudado
como função de certas variáveis do meio.
Certos estímulos levam o organismo a dar
determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus
ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos. Watson buscava
a construção de uma Psicologia sem alma e sem mente, livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos, e
que tivesse a capacidade de prever e controlar.
PSICOLOGIAS
O
Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente,
entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações).
Não a Ação
isolada de um sujeito, mas, sim, como uma interação entre aquilo que o sujeito
faz e o ambiente onde o seu “fazer” acontece. Portanto, o Behaviorismo
dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as
ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as
estimulações). Os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos
“resposta” e “estímulo” para se referirem àquilo que o organismo faz e às
variáveis ambientais que interagem com o sujeito. Para explicar a adoção desses
termos, duas razões podem ser apontadas: uma metodológica e outra histórica.
A razão
metodológica deve-se ao fato de que os analistas experimentais do
comportamento tomaram como modo preferencial de investigação, um método
experimental e analítico. Com isso, os experimentadores sentiram a
necessidade de dividir o objeto para efeito de investigação, chegando a
unidades de análise.
A razão
histórica refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que
foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao
seu uso generalizado. Comportamento, entendido como interação indivíduo-ambiente,
é a unidade básica de descrição e o ponto de partida para uma ciência do
comportamento. O homem começa a ser estudado a partir de sua interação com o
ambiente, sendo tomado como produto e produtor dessas interações.
A
ANALISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
O mais importante
dos behavioristas que sucedem Watson é B. F. Skinner (1904-1990).
O Behaviorismo de Skinner tem
influenciado muitos psicólogos americanos e de vários países onde a Psicologia
americana tem grande penetração, como o Brasil. Esta linha de estudo ficou conhecida por Behaviorismo
radical, termo cunhado pelo próprio Skinner, em 1945, para designar uma
filosofia da Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da
análise experimental do comportamento.
A base da corrente skinneriana está na formulação do comportamento operante.
Para desenvolver este conceito, retrocederemos um pouco na história do
Behaviorismo, introduzindo as noções de comportamento reflexo ou respondente,
para então chegarmos ao comportamento operante. bora lá.
O
COMPORTAMENTO RESPONDENTE
O comportamento
reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de “não-voluntário” e inclui
as respostas que são eliciadas “produzidas”) por estímulos antecedentes do
ambiente.
Como
exemplo, podemos citar a contração das pupilas quando uma luz forte incide
sobre os olhos, a salivação provocada por uma gota de limão colocada na ponta
da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as famosas “lágrimas
de cebola” etc.
Esses comportamentos reflexos ou respondentes
são interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, nas quais
certos eventos ambientais confiavelmente
eliciam certas respostas do organismo que independem de “aprendizagem”.
Mas interações desse tipo também podem ser provocadas por estímulos que,
originalmente, não eliciavam respostas em determinado organismo. Quando tais
estímulos são temporalmente pareados com estímulos eliciadores podem, em certas
condições, eliciar respostas ;semelhantes às destes.
A essas novas
interações chamamos também de reflexos, que agora são condicionados devido a
uma história de pareamento, o qual levou o organismo a responder a estímulos
que antes não respondia. Para deixar isso mais claro, vamos a um exemplo:
suponha que, numa sala aquecida, sua mão direita seja mergulhada numa vasilha
de água gelada.
A temperatura da
mão cairá rapidamente devido ao encolhimento ou constrição dos vasos sanguíneos, caracterizando o comportamento como respondente. Esse comportamento
será acompanhado de uma modificação semelhante, e mais facilmente mensurável,
na mão esquerda, onde a constrição vascular também será induzida. Suponha,
agora, que a sua mão direita seja mergulhada na água gelada um certo número de
vezes, em intervalos de três ou quatro minutos, e que você ouça uma campainha
pouco antes de cada imersão.
Lá pelo vigésimo
pareamento do som da campainha com a água fria, a mudança de temperatura nas
mãos poderá ser eliciada apenas pelo som, isto é, sem necessidade de imergir
uma das mãos 2º Teste exemplo de condicionamento respondente, a queda da
temperatura da mão, eliciada pela água fria, é uma resposta incondicionada,
enquanto a queda da temperatura, eliciada pelo som, é uma resposta condicionada
(aprendida): a água é um estímulo incondicionado, e o som, um estímulo
condicionado.
F. S. Keller. Aprendizagem: teoria do reforço, p. 12-3.
“comportamentos reflexos ou respondentes são interações
estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas”.
PSICOLOGIAS
No início dos
anos 30, na Universidade de Harvard (Estados Unidos),
Skinner começou o estudo do comportamento justamente pelo
comportamento respondente, que se tornara a unidade básica de análise, ou seja,
o fundamento para a descrição das interações indivíduo-ambiente.
O desenvolvimento de seu trabalho levou-o
a teorizar sobre um outro tipo de relação do indivíduo com seu ambiente, a qual
viria a ser nova unidade de análise de sua ciência: o
comportamento operante. Esse tipo de
comportamento caracteriza a maioria de nossas interações com o ambiente.
O
COMPORTAMENTO OPERANTE
O comportamento
operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente.
O comportamento
operante abrange um leque amplo da atividade humana dos comportamentos do bebê
de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do berço aos mais
sofisticados, apresentados pelo adulto.
Como nos diz Keller, o
comportamento operante “inclui todos os movimentos de um organismo dos
quais se possa dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem algo ao
mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer,
quer direta, quer indiretamente”3.
A leitura que
você está fazendo deste livro é um exemplo de comportamento operante,( tem um
propósito) assim como escrever uma carta, chamar o táxi com um gesto de mão,
tocar um instrumento etc.
Para exemplificarmos melhor os conceitos
apresentados até aqui, vamos relembrar um conhecido experimento feito com ratos
de laboratório. Vale informar que animais como ratos, pombos e macacos para
citar alguns foram utilizados pelos analistas experimentais do comportamento
(inclusive Skinner) para verificar
como as variações no ambiente interferiam nos comportamentos.
Tais experimentos
permitiram-lhes fazer afirmações sobre o que chamaram de leis comportamentais.
Tocar um ratinho, ao sentir sede em seu habitai, certamente mini instrumento é
festa algum comportamento que lhe permita satisfazer a sua necessidade um
exemplo de um necessidade orgânica. Esse comportamento foi aprendido por ele e
se comportamento mantém pelo efeito proporcionado: saciar a sede. Assim, se
deixar operante que tem efeito sobre o mundo. 3. F. S.
Keller. Op. cit. p. 10.
Temos um ratinho privado de água durante
24 horas, ele certamente apresentará o comportamento de beber água no momento
em que tiver sede. Sabendo disso, os pesquisadores da época decidiram simular
esta situação em laboratório sob condições especiais de controle, o que os
levou à formulação de uma lei comportamental. Um ratinho foi colocado na “caixa
de “Skinner”
um recipiente fechado no qual encontrava apenas uma barra. A barra, ao
ser pressionada por ele, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe permitia
obter uma gotinha de água, que chegava à caixa por meio de uma pequena haste.
Que resposta
esperava-se do
ratinho? Que
pressionasse a barra. Como isso ocorreu pela primeira vez? Por acaso. Durante a
exploração da caixa, o ratinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe
trouxe, pela primeira vez, uma gotinha de água, que, devido à sede, fora
rapidamente consumida.
Por ter obtido
água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade
de que, estando em situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente.
Neste caso de comportamento operante,
(proposital) o que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do
organismo sobre o meio e o efeito dela resultante a satisfação de alguma
necessidade, ou seja, a aprendizagem está na relação entre uma ação e seu
efeito.
Este comportamento operante pode ser
representado da seguinte maneira: R – S, em que R é a resposta (pressionar a barra) e
S (do
inglês stimuli) o estímulo reforçador
(a água), que tanto interessa ao
organismo; a flecha significa “levar a”. Esse
estímulo reforçador é chamado de reforço.
O termo “estímulo” foi mantido da relação R-S do comportamento
respondente para designar-lhe a responsabilidade pela ação, apesar de ela
ocorrer após a manifestação do comportamento. O comportamento operante refere-se à interação
sujeito-ambiente. Nessa interação,
chama-se de relação fundamental à relação entre a ação do indivíduo (a emissão
da resposta) e as conseqüências. É considerada fundamental porque o organismo
se comporta.
O ratinho, por acaso, pressiona a barra e recebe a gota d’água.
Inicia-se o processo de aprendizagem.
O que propicia a
aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela
resultante a satisfação de alguma necessidade.
PSICOLOGIAS
Sua
ação produz uma alteração ambiental (uma conseqüência) que, por sua vez,
retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências
criadas pela nossa ação.
As conseqüências da resposta são
as variáveis de controle mais relevantes. Pense no aprendizado de um
instrumento: nós o tocamos para ouvir seu som harmonioso. Há outros exemplos:
podemos dançar para estar próximo do corpo do outro, mexer com uma garota para
receber seu olhar, abrir uma janela para entrar a luz etc.
REFORÇAMENTO
Não se pode, a
priori, definir um evento como reforçador.
Chamamos
de reforço a toda conseqüência que, seguindo uma resposta, altera a
probabilidade futura de ocorrência dessa resposta.
O reforço pode ser
positivo ou negativo.
O reforço positivo é todo evento
que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz.
O reforço negativo é todo evento
que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua.
Assim, poderíamos voltar à nossa “caixa de Skinner” que,
no experimento anterior, oferecia uma gota de água ao ratinho sempre que
encostasse na barra.
Agora,
ao ser colocado na caixa, ele recebe choques do assoalho. Após
várias tentativas de evitar os choques, o ratinho chega à barra e, ao
pressioná-la acidentalmente, os choques cessam. Com isso, as respostas de pressão à barra tenderão a aumentar
de freqüência. Chama-se de reforçamento negativo ao processo de fortalecimento
dessa classe de respostas (pressão à barra), isto é, a remoção de um estímulo
aversivo controla a emissão da resposta.
É condicionamento por se tratar de
aprendizagem, e também reforçamento, porque um comportamento é apresentado e
aumentado em sua freqüência ao alcançar o efeito desejado.
O
reforçamento positivo oferece alguma coisa ao organismo (gotas de água com a
pressão da barra, por exemplo); o negativo permite a retirada de algo
indesejável (os choques do último exemplo). Não se pode, a priori, definir um
evento como reforçador. A função reforçadora de um evento ambiental qualquer só
é definida por sua função sobre o comportamento do indivíduo.
O
behaviorismo
Entretanto, alguns
eventos tendem a serem reforçadores para toda uma espécie, como, por exemplo,
água, alimento e afeto. Esses são denominados
reforços primários.
Os reforços secundários, ao
contrário, são aqueles que adquiriram a função quando pareados temporalmente
com os primários.
Alguns
destes reforçadores secundários, quando emparelhados com muitos outros,
tornam-se reforçadores generalizados, como o dinheiro e a aprovação social.
No reforçamento negativo, dois
processos importantes merecem destaque: a esquiva e a fuga. A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos
condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo
apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a
ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estímulo.
Você, com
certeza, sabe que o raio (primeiro estímulo) precede à trovoada (segundo
estímulo), que o chiado precede ao estouro dos rojões, que o som do
“motorzinho” usado pelo dentista precede à dor no dente. Estes estímulos são
aversivos, mas os primeiros nos possibilitam evitar ou reduzir a magnitude dos
seguintes, ou seja, tapamos os ouvidos para evitar o estouro dos trovões ou
desviamos o rosto da broca usada pelo dentista. Por que isso acontece?
Quando os
estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro tornasse um reforçador negativo
condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é reforçada pelo condicionamento
operante. As ocorrências passadas de reforçadores negativos condicionados são
responsáveis pela probabilidade da resposta de esquiva. No processo de
esquiva, após o estímulo condicionado, o indivíduo apresenta um comportamento
que é reforçado pela necessidade de reduzir ou evitar o segundo estímulo, que
também é aversivo, ou seja, após a visão do raio, o indivíduo manifesta um
comportamento (tapar os ouvidos), que é reforçado pela necessidade de reduzir o segundo estímulo (o barulho do trovão)
igualmente aversivo.
Ao ouvirmos o som
do “motorzinho” usado pelo dentista, antecipamos a dor. Desviar o rosto é
esquivar-se dela.
As
ocorrências passadas de reforçadores negativos condicionados são responsáveis
pela probabilidade da resposta de esquiva,
No caso da fuga,
só há um estímulo aversivo incondicionado.
Outro processo
semelhante é o de fuga. Neste caso, o comportamento reforçado é aquele que
termina com um estímulo aversivo já em andamento. A diferença é sutil. Se
posso colocar as mãos nos ouvidos para não escutar o estrondo do rojão, este
comportamento é de esquiva, pois estou evitando o segundo estímulo antes que
ele aconteça. Mas. se os rojões começam a pipocar e só depois apresento um
comportamento para evitar o barulho que incomoda, seja fechando a porta, seja
indo embora ou mesmo tapando os ouvidos, pode-se falar em fuga.
Ambos reduzem ou
evitam os estímulos aversivos, mas em processos diferentes. No caso da esquiva, há
um estímulo condicionado que antecede o estímulo incondicionado e me
possibilita a emissão do comportamento de esquiva.
Uma esquiva bem-sucedida
impede a ocorrência do estímulo incondicionado. No caso da fuga, só há um
estímulo aversivo incondicionado que, quando apresentado, será evitado pelo
comportamento de fuga. Neste segundo caso, não se evita o estímulo aversivo,
mas se foge dele depois de iniciado.
EXTINÇÃO
Outros processos
foram sendo formulados pela Análise Experimental do Comportamento. Um deles é o
da extinção. A extinção é um procedimento no qual uma resposta deixa
abruptamente de ser reforçada. Como conseqüência, a resposta diminuirá de
freqüência e até mesmo poderá deixar de ser
emitida. O tempo
necessário para que a resposta deixe de ser emitida dependerá da história e do
valor do reforço envolvido. Assim, quando uma menina, que estávamos paquerando,
deixa de nos olhar e passa a nos ignorar, nossas “investidas” tenderão a
desaparecer.
PUNIÇÃO
A punição é outro
procedimento importante que envolve a conseqüência -ação de uma resposta quando
há apresentação de um estímulo aversivo ou remoção de um reforçador positivo
presente. Os dados
de pesquisas mostram que a supressão do comportamento punido só é definitiva se
a punição for extremamente intensa, isto porque as razões que levaram à ação
que se pune não são alteradas com a punição. Punir ações leva à supressão
temporária da resposta sem, contudo, alterar a motivação.
O
behaviorismo
Por
causa de resultados como estes, os behavioristas têm debatido a validade do
procedimento da punição como forma de reduzir a freqüência de certas respostas.
As práticas punitivas correntes
na Educação foram questionadas pelo Behaviorismo
obrigava-se o aluno a ajoelhar-se no milho, a fazer inúmeras cópias de um mesmo
texto, a receber “reguadas”, a ficar isolado etc.
Os behavioristas,
respaldados por crítica feita por Skinner
e outros autores, propuseram a substituição definitiva das práticas punitivas
por procedimentos de instalação de comportamentos desejáveis.
Esse princípio pode ser aplicado no
cotidiano e em todos os espaços em que se trabalhe para instalar comportamentos
dedos. O trânsito é um excelente exemplo. Apesar das
punições aplicadas a motoristas e pedestres na maior parte das infrações
cometidas no trânsito, tais punições não os têm motivado a adotar um
comportamento considerado adequado para o trânsito. Em vez de adotarem novos
comportamentos, tornaram-se especialistas na esquiva e na fuga.
Punir
ações leva à supressão temporária da resposta sem, contudo, alterar a
motivação.
CONTROLE
DE ESTÍMULOS
Tem sido polêmica
a discussão sobre a natureza ou a extensão do controle que o ambiente exerce
sobre nós.
Tem sido polêmica
a discussão sobre a natureza ou a extensão do controle que o ambiente exerce
sobre nós, mas não há como negar que há algum controle. Assumir a existência
desse controle e estudá-la permite maior entendimento dos meios pelos quais os
estímulos agem.
Assim, quando a freqüência ou a forma da
resposta é diferente sob estímulos diferentes, diz-se que o comportamento está
sob o controle de estímulos. Se o motorista pára ou acelera o ônibus no
cruzamento de ruas onde há semáforo que ora está verde, ora vermelho, sabemos
que o comportamento de dirigir está sob o controle de estímulos. Dois
importantes processos devem ser apresentados: discriminação e generalização.
Discriminação de
estímulos: resposta diferenciação ao verde ou vermelho do semáforo.!
DISCRIMINAÇÃO
Diz-se que se desenvolveu uma
discriminação de estímulos quando uma resposta se mantém na presença de um
estímulo, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. Isto é, um estímulo adquire a possibilidade de
ser conhecido como discriminativo da situação reforçadora. Sempre que ele
for apresentado e a resposta emitida, haverá reforço. Assim, nosso motorista de
ônibus vai parar o veículo quando o semáforo estiver vermelho, ou melhor, esperamos que, para ele,
o semáforo vermelho tenha se tornado um estímulo discriminativo para a emissão
do comportamento de parar.
Poderíamos
refletir, também, sobre o aprendizado social. Por exemplo: existem normas e
regras de conduta para festas cumprimentar
os presentes, ser gentil, procurar manter diálogo com as pessoas, agradecer e
elogiar a dona da casa etc. No entanto, as festas podem ser diferentes:
informais ou pomposas, dependendo de onde, de como e de quem as organiza. Somos, então, capazes
de discriminar esses diferentes estímulos e de nos comportarmos de maneira
diferente em cada situação.
GENERALIZAÇÃO
Na generalização de estímulos, um
estímulo adquire controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de
um estímulo similar, mas diferente.
Freqüentemente, a
generalização depende de elementos comuns a dois ou mais estímulos. Poderíamos
aqui brincar com as cores do semáforo: se fossem rosa e vermelho, correríamos o
risco dos motoristas acelerarem seus veículos no semáforo vermelho, pois
poderiam generalizar os estímulos. Mas isso não acontece com o verde e com o
vermelho, que são cores muito distintas e, além disso, estão situadas em
extremidades opostas do semáforo o vermelho, na superior, e o verde, na
inferior, permitindo a discriminação dos estímulos.
Na
generalização, portanto, respondemos de forma semelhante a um conjunto de
estímulos percebidos como semelhantes. Esse
princípio da generalização é fundamental quando pensamos na aprendizagem
escolar.
Nós aprendemos na escola
alguns conceitos básicos, como fazer contas e escrever. Graças à generalização,
podemos transferir esses aprendizados para diferentes situações, como dar ou
receber troco, escrever uma carta para a namorada distante, aplicar conceitos da Física para consertar aparelhos eletrodomésticos etc.
Na vida cotidiana, também aprendemos a nos comportar em diferentes situações
sociais, dada a nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e
normas sociais.
Na
vida cotidiana, também aprendemos a nos comportar em diferentes situações
sociais.
BEHAVIORISMO;
SUA APLICAÇÃO
Uma área de
aplicação dos conceitos apresentados tem sido a Educação. (Neste ponto faço um
aparte, seu objetivo na Educação, a exemplo de tudo que vimos acima, era DE
CONTROLAR , DOMINAR, SOB A TESE CASTRAÇÃO/DOMÍNIO- PUNIÇÃO, HAJA VISTA QUE ESTE
COMPORTAMENTO IMPEROU EM UM SÉCULO EM QUE OS ALUNOS NÃO TINHAM AUTONMIA PARA
OLHAR NOS OLHOS DO EDUCADOR, QUIÇA “FUGIR ÀS REGRAS”, QUEM O FIZESSE – VEMOS MUITO
EM FILMES, CITO COMO EXEMPLO QUE ME OCORREU AGORA “SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS,
ENTRE OUTROS”) São conhecidos os métodos de ensino,o controle e a
organização das situações de aprendizagem bem como a elaboração de uma
tecnologia de ensino. Entretanto, outras áreas também têm recebido a contribuição s
técnicas e conceitos desenvolvidos pelo Behaviorismo, como o treinamento de
empresas, a clínica psicológica, o trabalho de crianças excepcionais, a
publicidade e outras mais.
A
Análise Experimental do Comportamento pode nos auxiliar a descrever nossos
comportamentos em qualquer situação, ajudando-nos a modificá-los.
O EU E
OS OUTROS
Numa análise
comportamental, um pessoa é um organismo, um que adquiriu um repertório de
comportamento.(.)
Uma pessoa
controla outra no sentido de que se controla a si mesma. Ela
não o faz modificando sentimentos ou estados mentais. Dizia-se que os deuses
gregos mudavam o comportamento infundindo em homens e mulheres estados mentais
como orgulho, confusão mental ou coragem, mas, desde então, ninguém mais teve
êxito nisso. Uma pessoa modifica o comportamento de
outra mudando o mundo em que esta vive.
As
pessoas aprendem a controlar os outros com muita facilidade.
Um bebê, por exemplo,
desenvolve certos métodos de controlar os pais quando se comporta de maneiras
que levam a certos tipos de ação.
As crianças adquirem
técnicas de controlar seus companheiros e se tornam hábeis nisso muito antes de
conseguirem controlarem-se a si mesmas.
A primeira educação que recebem no
sentido de modificar seus próprios sentimentos ou estados introspectivamente
observados pelo exercício da força de vontade ou pela alteração dos estados
emotivos e motivacionais não é muito eficaz.
O autocontrole que começa a ser
ensinado sob a forma de provérbios, máximas e procedimentos empíricos é uma
questão de mudar o ambiente.
O
controle de outras pessoas aprendido desde muito cedo vem por fim a ser usado
no autocontrole e, eventualmente, uma tecnologia comportamental bem
desenvolvida conduz a um autocontrole capaz.
A
QUESTÃO DO CONTROLE
Uma análise científica do
comportamento deve, creio eu, supor que o comportamento de uma pessoa é
controlado mais por sua história genética e ambiental do que pela própria
pessoa enquanto agente criador, iniciador; todavia, nenhum outro aspecto da
posição behaviorista suscitou objeções mais violentas.
Não podemos evidentemente provar que o
comportamento humano como um todo seja inteiramente determinado, mas a
proposição torna-se mais plausível à medida que os fatos se acumulam e creio
que chegamos a um ponto em que suas implicações devem ser consideradas a sério.
Subestimamos amiúde o fato de que o comportamento
humano é também uma forma de controle.
Que um organismo
deva agir para controlar o mundo a seu redor é uma característica da vida,
tanto quanto a respiração ou a reprodução. Uma pessoa age sobre o meio e aquilo
que obtém é essencial para a sua sobrevivência e para a sobrevivência da
espécie. A Ciência e a Tecnologia são simplesmente
manifestações desse traço essencial do comportamento humano.
A compreensão, a previsão e a explicação,
bem como as aplicações tecnológicas, exemplificam o controle da natureza. Elas
não expressam uma “atitude de dominação” ou “uma filosofia de controle”. São os
resultados inevitáveis de certos processos de comportamento.
Sem dúvida
cometemos erros. Descobrimos, talvez rápido demais, meios cada vez mais
eficazes de controlar nosso mundo, e nem sempre os usamos sensatamente, mas não
podemos deixar de controlar a natureza, assim como não podemos deixar de
respirar ou de digerir o que comemos. O controle não é uma fase passageira.
Nenhum místico ou profeta deixou jamais de controlar o mundo em seu redor;
controla-o para controlar-se a si mesmo. Não podemos escolher um gênero de vida
no qual não haja controle. Podemos tão-só mudar as condições controladoras.
Contra
controle
Órgãos
ou instituições organizados, tais como governos, religiões e sistemas
econômicos e, em grau menor, educadores e psicoterapeutas, exercem um controle
poderoso e muitas vezes molesto.
Tal controle é exercido de
maneiras que reforçam de forma muito eficaz aqueles que o exercem e,
infelizmente, isto via de regra significa maneiras que são ou imediatamente
adversativas para aqueles que sejam controlados ou os exploram a longo prazo.
Os que são assim controlados passam a agir.
Escapam ao
controlador pondo-se fora de seu alcance, se for uma pessoa; desertando de um
governo; um trabalhador; demitindo-se ou
então atacam a fim de enfraquecer ou destruir o poder controlador, como numa
revolução, numa reforma, numa greve ou num protesto estudantil.
Em outras palavras, eles se
opõem ao controle com contra controle.
B. F. Skinner.
Sobre o Behaviorismo. Trad. Maria da Penha Villalobos. São Paulo,
Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, 1982. p. 145-164.
Professora
Psicopedagoga Simonne Machado