Nota de jovem de São Paulo mudou de 0 para 880 pontos.
"Anulação por causa de impropérios eu acho absurdo",
afirmou o aluno.
Um estudante de 17 anos de São Paulo conseguiu, na Justiça, a revisão de sua nota no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado em outubro de 2011. O jovem Michael Cerqueira de
Oliveira teve sua redação anulada na divulgação das notas do Enem no final de dezembro. Mas a
nota foi alterada depois que a escola onde ele estudou, Lourenço Castanho, protocolou um pedido
judicial para ter acesso à prova. O Ministério da Educação fez então uma nova correção da prova.
Após a revisão, a nota da redação do estudante mudou de 0 para 880 pontos (o valor máximo é 1.000
pontos).
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"Fui ver minhas notas esperando a nota correspondente ao esforço que tive durante o ano", contou o
estudante ao G1. "Quando vi que a redação tinha sido anulada não acreditei naquilo."
A assessoria de imprensa do MEC afirmou que a redação havia passado por três corretores, o que
acontece somente se as notas de dois deles tiverem uma diferença de mais de 300 pontos. Segundo o
MEC, no caso específico do estudante de São Paulo, não houve erro na correção da redação porque
ela passou por três corretores. No entanto, a assessoria de imprensa afirmou que não pode comentar
detalhes sobre a prova e a razão pela qual ela foi anulada. O MEC afirmou que, após o pedido da
Justiça, foi feita uma quarta correção da redação de Michael.
Uma redação é considerada "anulada", segundo o edital do Enem, se contiver "impropérios,
desenhos e outras formas propositais de anulação".
"Se fosse fuga do tema, por mais que achasse estranho eu não ficaria tão bravo, mas anulação por
causa de impropérios eu acho absurdo", afirmou Michael. "O Enem é um dos vestibulares mais
importantes pra mim, eu não faria isso, é uma das minhas opções", disse.
De acordo com a mãe do estudante do colégio Lourenço Castanho, a cozinheira Cleonice Cerqueira
Silva Oliveira, de 45 anos, Michael enviou mensagens aos seus professores e ao diretor da escola.
Então, eles decidiram acionar a Justiça com um habeas data, para ter acesso à correção da prova. No
dia 30 de dezembro, ele recebeu uma ligação de Brasília afirmando que a nota tinha sido alterada.
Michael mora com a mãe e outro filho mais novo no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo. O
candidato do Enem cursou o ensino fundamental em escola pública e ganhou uma bolsa para cursar o
ensino médio no Lourenço Castanho em 2009, selecionado em um programa de oportunidades para
jovens com bom desempenho acadêmico gerido por uma ONG.
Além do Enem, que ele quer usar para conseguir uma vaga na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), o vestibulando também foi aprovado para a segunda fase da Fuvest e da Unicamp, e
fará as provas em janeiro. Ele também espera o resultado do processo seletivo da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) e da segunda fase da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Em todas as
instituições, o candidato se inscreveu para cursar economia. "Quero focar minha carreira em
administração pública", disse.
http://simonnemachado.blogspot.com.br/
Professora Psicopedagoga Simonne Machado