Google se recusa a remover vídeos com brutalidade policial
O Google negou a solicitação de uma autoridade não especificada referente à publicação de um
vídeo postado no YouTube, que flagra a brutalidade de policiais durante as manifestações do
movimento Occupy Wall Street. Um dos órgãos da polícia norte-americana solicitou a remoção do
vídeo através de e-mail eviado para o Google, alegando abuso de autoridade.
As manifestações do Occupy Wall Street estão acontecendo nas principais cidades dos EUA nos
últimos dias. O objetivo é protestar contra a estratégia do governo estadunidense em combater a atual
crise financeira, além de questionar a postura das grandes corporações que são supostamente
responsáveis pelo atual momento da economia dos EUA.
Essa não é a primeira vez que o Google recebe uma solicitação de remoção de um vídeo de uma
autoridade ou representante governamental. De fato, quando um vídeo é hospedado no YouTube sem
as devidas autorizações legais, o Google deve retirá-lo do site, gostando ou não da decisão. Por outro
lado, o vídeo em questão conta com o caráter informativo e, com um grande teor de denúncia, mostra
o despreparo dos oficiais da lei em lidar com os manifestantes.
Essa é uma linha tênue que o Google caminha todos os dias e que eles esperam poder traçar com o
seu Relatório de Transparência. O relatório corresponde ao primeiro semestre de 2011 e conta com
um parágrafo que deixa claro a sua posição sobre o assunto: "Nós recebemos um pedido de uma
agência local de aplicação da lei para retirar vídeos do YouTube que mostram cenas de brutalidade
policial e nós não vamos remover".
O relatório continua, dizendo que outros vídeos ligados à polícia receberam solicitações de remoção,
alegando difamação. No entanto, os mesmos também não foram removidos. Com isso, o Google está
deixando bem claro que não vai tomar nenhuma medida caso o usuário do serviço publique algum
vídeo que acabe denunciando uma postura violenta das autoridades.
O relatório de transparência da empresa é uma maneira que a empresa encontrou para incentivar os
usuários, mostrando que eles podem confiar na empresa para, quando preciso, denunciar atos ilegais
das autoridades.
Não houve nenhum tipo de intimação ou ação judicial solicitando a remoção do vídeo. Vale a pena
esperar os próximos acontecimentos. Quem sabe algum nome se apresenta e se responsabiliza pela
solicitação ao Google.
http://simonnemachado.blogspot.com.br/
Professora Psicopedagoga Simonne Machado