1a
edição – 2005
Editora
Saraiva
SUMÁRIO
DA OBRA
Livro
do Aluno
Organizada
em volume único, a obra apresenta-se estruturada em unidades,
que,
por sua vez, se subdividem em capítulos. Na abertura de cada unidade,
uma
imagem, uma epígrafe e um texto introdutório delineiam os principais
temas
tratados nos capítulos, e uma seção – Investigando – propõe questões
para
verificação de conhecimentos prévios. Ao final da unidade, há um rol de
questões
que fizeram parte de concursos vestibulares das principais instituições de
Ensino
Superior brasileiras. Cada capítulo inicia-se com um texto introdutório,
que
apresenta uma problematização relacionada ao seu conteúdo. O texto é
intermediado
por quadros laterais com um pequeno glossário, por um quadro
com
textos complementares e pela seção Monitorando, com questões para
revisão
de conteúdo. Ao final do capítulo, são apresentadas as seções Oficina
de
História, contendo exercícios e atividades com objetivos diversificados, e
Para
saber mais, com sugestões de vídeos e livros. No final do livro, há uma
cronologia
da História do Mundo e do Brasil e uma bibliografia. Um volume,
com
57 capítulos, organizados em 15 unidades:
Volume
único (608 páginas)
Unidade
1 - Refletindo sobre história
Unidade
2 - Pré-História
Unidade
3 - Antiguidade Oriental
Unidade
7 - Antiguidade Clássica
Unidade
5 - Idade Média Oriental
Unidade
6 - Idade Média Ocidental
Unidade
7 - Idade Moderna
Unidade
8 - Brasil Colônia
Unidade
9 - O mundo em transformação (séculos XVII-XVIII)
Unidade
10 - O mundo no século XIX
Unidade
11 - O Brasil no século XIX
Unidade
12 - O mundo na primeira metade do século XX
Unidade
13 - O Brasil na primeira metade do século XX
Unidade
14 - O mundo contemporâneo
Unidade
15 - O Brasil contemporâneo
Livro
do Professor
O
Manual do Professor compõe-se de três itens: Orientação teóricometodológica
(História,
historiador e historiografia; Educação, professor e
livro
didático; Concepção da obra), Avaliação Pedagógica (O que avaliamos?;
Como
avaliamos?; Quando avaliamos?; Respostas – orientações e sugestões),
e
Informações adicionais e sugestões de trabalho (História, ensino e pesquisa;
Mapas
históricos; Iconografia; Literatura; Memória oral; Filmes; Estudo do
espaço
social), além da Bibliografia do manual.
ANÁLISE
DA OBRA
A
metodologia de ensino-aprendizagem, coerentemente desenvolvida,
procura
valorizar a transmissão dos conteúdos históricos. Ao mesmo tempo,
busca
desenvolver as habilidades cognitivas do aluno, que é instigado a
refletir
criticamente e a produzir conhecimento. Nos textos introdutórios
CATÁLOGO
DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO PARA O ENSINO MÉDIO . HISTÓRIA
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RESENHAS
das
unidades e dos capítulos e nas atividades e exercícios propostos na seção
Oficina
de História (Relacionando Conteúdos, Relacionando Passado e Presente,
Mudanças
e Permanências, Integração Disciplinar, Desenvolvendo Atitudes),
verifica-se
o compromisso de propiciar situações em que possam emergir os
conhecimentos
prévios do aluno e a sua opinião sobre os novos conteúdos.
São
oferecidas questões bem formuladas, que estimulam a aprendizagem,
incentivam
a pesquisa e fazem pensar historicamente, propondo o debate
e
a prática de atitudes solidárias. A realidade social na qual vive o aluno
é
constantemente trazida à tona, com o intuito de provocá-lo a pensar na
comparação
entre o passado e o presente.
O
desenvolvimento dessa proposta nem sempre se efetiva na construção
do
texto didático principal. Há desequilíbrio entre o texto, que apresenta,
em
muitos capítulos, uma narrativa factual, linear e pouco dialógica, e o
conjunto
de atividades e exercícios. Os conteúdos históricos selecionados e
tidos
como socialmente relevantes não são acompanhados de reflexão sobre
as
razões de sua escolha. O texto é fluente e apresenta unidade, coerência
e
coesão. A sua linguagem é adequada ao aluno do Ensino Médio e a
apresentação
dos conceitos e informações respeita a capacidade cognitiva
própria
desse nível de ensino.
Duas
preocupações principais configuram a metodologia da História: a atenção
à
identificação das conexões entre as experiências históricas passadas e o mundo
atual;
e o reconhecimento da diversidade de interpretações, de modo a enfatizar
o
caráter seletivo das escolhas do historiador. Ao enfatizar a historicidade das
interpretações
do passado, ancoradas no contexto sócio-cultural em que são
elaboradas,
a obra evidencia que o fato histórico é produto de escolha, seleção,
filtros
culturais, lembranças e esquecimentos. Essa perspectiva é corroborada
pelos
procedimentos de identificação, em cada capítulo, de um problema para
reflexão
e pela condensação do sentido de cada tópico por meio de pequenas
frases
acopladas aos subtítulos, assim como pelas atividades da seção Oficina
de
História, que problematizam a relação presente-passado e a identificação
de
mudanças e permanências, sempre valorizando a idéia de que o sentido da
narrativa
do passado é imposto pelo presente.
A
renovação historiográfica pretendida não está presente da mesma forma em
toda
a obra. Também não ocorre de maneira uniforme nos capítulos, pois
nem
sempre é incorporada ao texto didático, permanecendo, nessas ocasiões,
localizada
apenas em quadros laterais. É mais identificável nas unidades sobre
Idade
Moderna, Brasil Colônia e sobre Brasil na primeira metade do século
XX.
Ao longo da obra, as divergências interpretativas sobre um determinado
processo
ou fato, assim como as tensões entre as diferentes versões dos sujeitos
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DO PROGRAMA NACIONAL DO LIVRO PARA O ENSINO MÉDIO . HISTÓRIA
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RESENHAS
históricos
acerca do que está sendo vivido, são pouco valorizadas. Em vários
capítulos,
o conteúdo do texto principal mantém-se preso à descrição factual e
aos
temas já consagrados nos livros didáticos.
A
ausência de uma reflexão sistemática sobre os conceitos fundamentais da
História
implica desequilíbrios e insuficiências ao longo de toda a obra. Assim,
mesmo
não havendo identificação da História com heróis, fatos e datas, alguns
capítulos
dão grande destaque à atuação de líderes políticos, muito em função
da
opção por uma narrativa política e factual. Ressente-se nessas narrativas
da
ausência de uma abordagem mais analítica e sintética, que incorpore
também
aspectos culturais, sociais e até mesmo econômicos. Por outro lado,
em
algumas temáticas, sujeitos históricos como escravos, africanos, sertanejos,
cangaceiros
e marinheiros tomam o lugar central dos acontecimentos, sendo
apresentados
como protagonistas da História. Se, em algumas unidades,
principalmente
nas relacionadas ao mundo antigo, medieval e moderno, são
identificados
os valores, as crenças e as representações dos diversos grupos
sociais
e indivíduos, não é encontrada a mesma preocupação nos capítulos
sobre
o mundo contemporâneo. O conceito de tempo histórico recebe atenção
especial
no primeiro capítulo (Tempo e História). As operações de duração,
ordenação,
seqüência e simultaneidade são apresentadas ao longo da obra de
uma
forma lógica e compreensível, obedecendo, contudo, à ordem convencional
da
História: da História européia para a periferia.
As
fontes históricas são apresentadas de forma variada no decorrer da obra. A
maior
parte da documentação, entretanto, é relativa à esfera da vida pública: atos,
projetos
e memórias de governantes ou ilustrados. Verifica-se que uma parcela
dos
capítulos não apresenta nenhuma fonte escrita e somente uma pequena parte
é
objeto de tratamento analítico específico. As fontes visuais são abundantes:
reproduções
de desenhos, pinturas, fotografias e mapas cartográficos. Estão
inseridas
ao longo de toda a obra e complementam o texto dos capítulos.
Entretanto,
grande parte possui apenas função ilustrativa.
A
construção da cidadania está contemplada na obra em vários momentos,
ainda
que a noção não seja objeto de reflexão no Manual do Professor. Os
conflitos
e as diferenças entre grupos sociais, povos e indivíduos são tratados
como
objetos para reflexão sobre a ação e a condição humanas. Buscou-se colocar
em
evidência a diversidade cultural das sociedades no tempo e no espaço, de
modo
a que seja cultivado o respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas e
políticas.
Apresentam-se também narrativas que delineiam as condições históricas
para
a emergência de um conjunto de direitos legais que formam as bases para
a
igualdade cidadã. Tais discussões são apresentadas nos diversos quadros que
tematizam
religiosidade ou nos contextos que propiciam reflexões sobre racismo.
CATÁLOGO
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RESENHAS
Também
aparecem em atividades, como naquela denominada Desenvolvendo
Atitudes,
da seção Oficina de história, cuja ênfase recai na construção, com os
alunos,
de uma reflexão ativa sobre a tolerância, a diversidade, o reconhecimento
e
o respeito em relação aos mais diversos grupos humanos.
O
Manual do Professor explicita, sucintamente, a articulação das propostas
teórico-metodológicas
com as estratégias utilizadas na elaboração da obra.
Apresenta
o padrão de organização, que é rigorosamente perseguido ao longo das
unidades
e capítulos. Não são explicitados, porém, os critérios que presidem a
organização
e a seleção dos conteúdos, assim como não há orientações que visem
auxiliar
o professor a articular os conteúdos de História com os de outras áreas
do
conhecimento. As atividades e exercícios propostos vêm acompanhados de
um
comentário muito pequeno sobre seus objetivos. Sugestões e indicações de
respostas
para as atividades presentes no Livro do Aluno, nas seções Monitorando,
Oficina
de história e Vestibulares, são coerentes com os conteúdos apresentados.
As
referências teóricas para a área de educação são insuficientes e a bibliografia
oferecida
ao professor poderia ser mais expressiva. Os tópicos sobre o que avaliar,
como
avaliar e quando avaliar são úteis ao professor, pois favorecem a reflexão
acerca
do desenvolvimento da consciência histórica dos alunos, principalmente
por
meio do estudo da relação entre o presente e o passado. A última parte
orienta
os professores sobre as possibilidades de pesquisa em História no Ensino
Médio,
seja com a utilização de instrumentos como mapas históricos, imagens,
textos
literários, fontes orais e filmes, seja com o estudo em locais extraclasse,
como
museus e bairros da cidade. São poucas, entretanto, as orientações de como
o
professor pode utilizar o livro didático para a realização dessas sugestões.
A
editoração é bem cuidada. Os textos e as imagens estão distribuídos de
forma
adequada, integrando de maneira equilibrada os conteúdos da obra. Os
capítulos
estão subdivididos em tópicos, quadros variados, ilustrações e mapas,
todos
apropriadamente demarcados por recursos gráficos. As imagens e os mapas
apresentam
legendas e créditos bem identificados. O projeto gráfico fornece à
obra
recursos capazes de estimular seu manuseio e a leitura do texto.
RECOMENDAÇÕES
AO PROFESSOR
Ao
adotar essa obra, o professor encontrará, nas atividades e exercícios
propostos,
caminhos sugestivos para o envolvimento do aluno com o
conhecimento
histórico e com a construção da cidadania. O professor terá
na
seção Oficina de História excelente ponto de partida para trabalhar uma
pedagogia
da História voltada à problematização da relação entre passado e
presente,
ao desenvolvimento de atitudes críticas e solidárias e à comparação
de
situações históricas distintas.
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RESENHAS
Contudo,
será necessário um investimento complementar, pois não são
fornecidos
instrumentos suficientes para o desenvolvimento de todos os
exercícios
propostos, principalmente os relacionados às atividades de pesquisa.
Do
mesmo modo, exige-se do professor esforço adicional para a elaboração
de
trabalho interpretativo das fontes escritas e visuais. Estas podem vir a ser
importante
reforço para a leitura, a compreensão e a problematização dos
textos,
na medida em que o docente se interesse em utilizá-las. Por fim, ele
deve
observar o desequilíbrio entre os conteúdos selecionados, particularmente
a
ausência de conteúdos específicos sobre América hispânica e África.
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RESENHAS
SÍNTESE
AVALIATIVA
Ao
abordar a experiência histórica do século XV ao XXI, a obra trata de temas
e
problemas centrais e significativos, recorre a princípios metodológicos de
ensino-aprendizagem
e de História adequados à faixa etária dos alunos, e
apresenta
texto de qualidade e amplo material visual. Privilegia a História
Geral,
mas estabelece diálogos freqüentes com as Histórias do Brasil, da
América
Hispânica, da África e da Ásia. Sua estrutura respeita a seqüência
cronológica
e permite, por meio do diálogo entre o texto didático e outros
textos,
o entendimento da simultaneidade e da variedade de possibilidades
históricas.
A percepção da realidade social do aluno e das relações entre
passado
e presente é estimulada por paralelos e pela sugestão constante de
pesquisas
e debates. O recurso freqüente a fontes escritas, sua problematização
e
as atividades propostas são pontos fortes da obra, estimulando a aquisição
de
habilidades cognitivas e a leitura regular de textos, com grau crescente de
complexidade.
O projeto gráfico facilita e estimula a leitura, articulando bem
texto
e material visual.
História
Moderna
Atena