PUBLICAÇÕES INSTITUCIONAIS CONCURSO PEB II SEE/ SP 2013
Carvalho , Rosita Edler.EDUCAÇÃO INCLUSIVA: “COM OS PINGOS
NOS IS”
PORTO ALEGRE, MEDIAÇÃO, 2004
A autora aborda, ao contrário do que se imagina, uma educação REALMENTE INCLUSIVA, de todos, não se referindo apenas à
educação especial.
Com forte crítica á educação elitista excludente
trazendo exemplos desde a educação primitiva (em que todos eram alunos e
professores ao mesmo tempo), a educação realizada na Idade Média chegando aos
dias atuais.
Ressalta a autora que a educação clássica é calcada na Grécia se embasa
na PAIDÉIA (era o "processo de educação em sua forma verdadeira, a forma
natural e genuinamente humana" na Grécia antiga;
EDUCAÇÃO INTEGRAL) visando aliar desenvolvimento físico e mental.
A revolução Francesa, no entanto, volta a restringir a educação a
nobres e pessoas do clero, evidentemente mulheres sequer são citadas. Mais uma
vez a Educação do e para o poder. Restringia o acesso à
educação, pois era centralizada na educação para “governar”, misturando
educação e “socialização” conforme as conveniências da época. (não mudou muita
coisa não é?)
Estas mesmas idéias revolucionárias francesas abriram espaço para
manifestos, como o positivismo que por conseqüência trouxe o otimismo
pedagógico pois fundamentava-se na igualdade de oportunidades a TODOS INDISTINTAMENTE.
Este manifesto, ainda que de modo limitado trouxe benefícios, abriu
portas para a educação dos anos 30 denominada de “Escola
Nova” , que se caracteriza pela difusão de que através da educação seria
possível a reconstrução social.
Note que autora, busca as origens da educação
para fundamentar sua tese de exclusão, uma vez que esta estava, e continua
ainda, a serviço da perpetuação da elite e não inclusão dos mais necessitados.
O movimento da escola nova, chamado de “escolanovismo”
era sintetizado pelo lema “Colocando o aluno no centro do processo educacional
através de uma escola ativa”, que perdura ainda em algumas correntes.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA PROPOSTA
Nada mais é do que a representação da inclusão da sociedade na escola
em sentido bastante amplo, participativo e detalhadamente desenvolvido e
planejado, sob os aspectos pedagógicos e sociais desenvolvida nos quatro
pilares da educação segundo a UNESCO:
- APRENDER A APRENDER;
- APRENDER A FAZER;
- APRENDER A SER E
- APRENDER A VIVER JUNTO.
Esta tese se baseia para a autora no princípio de que propiciar o mesmo
aprendizado A QUALQUER ALUNO SEJA PORTADOR OU NÃO DE NECESSIDADES ESPECIAIS.
Rosita traz à tona que muitos entraves da atual
educação são sócio culturais que “acabam por atrapalhar ou retardar a evolução
da inclusão porque justamente são barreiras construídas a partir do ‘padrão de
exclusão’ determinado PELA PRÓPRIA COLETIVIDADE”.
Outro entrave motivador da exclusão é a INSEGURANÇA
por conta de vandalismos, violências, tragédias,
fazendo com que nos tranquemos e deixemos de interagir entre nós mesmos. ”ESTA
EXCLUSÃO INTRÍNSECA QUE CRIAMOS INEVITAVELMENTE REFLETIRÁ NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA”.
A autora defende sim a educação inclusiva,
porém ela nesta leitura está mais preocupada com a EXCLUSÃO SOCIAL VELADA DA
MAIORIA, DOS QUE MAIS PRECISAM DA ESCOLA, DENTRE OS ESTES, OS PORTADORES DE
NECESSIDADES ESPECIAIS.
Não basta a “LEI GARANTIR OFERTA E PERMANÊNCIA
AO ENSINO”, pois se trata de uma ILUSÃO: O ALUNO CARENTE, COM NECESSIDADES
ESPECIAIS OU NÃO, É INSERIDO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA, CONFORME GARANTE A LEI; PORÉM
ESTE MESMO EDUCANDO NÃO TERÁ CONDIÇÕES DE ARCAR FINANCEIRAMENTE COM CUSTOS DE
LIVROS, XEROX, TRANSPORTE, ALIMENTAÇÃO, SUPER LOTAÇÃO DAS SALAS E CONSEQUENTEMENTE
EXAUSTÃO DO EDUCADOR QUE NADA PODE FAZER PARA ATENDER DE MODO ADEQUADO A TODOS
SEM EXCLUSÃO, ENFIM DE TUDO QUE SE EXIGE POR CONDIÇÃO ELEMENTAR SUA PERMANÊNCIA
NA ESCOLA, SEJA BÁSICA OU SUPERIOR.
É uma leitura muito intensa, corajosa, que ao
contrário das leituras demagógicas exigidas em concursos, toca bem as reais
feridas da realidade educacional brasileira, BEM COMO DE NOSSOS PROFISSIONAIS.
A inclusão, A QUE SE REFERE À AUTORA É ABRANGENTE,
REAL, COMUM, TÃO COMUM QUE SE TORNOU BANAL A PONTO DE SÓ ENTENDERMOS,
RECONHECERMOS O TERMO “INCLUSÃO” COMO PARA A INSERÇÃO DE ALUNOS COM
NECESSIDADES ESPECIAIS, com isto perpetua-se a exclusão dos mais fracos, que
não podem EFETIVAMENTE PERMANECEREM NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
GARANTIDOS EM LEIS, DIRETRIZES, RESOLUÇÕES, ETC.
Penélope Sharmosa