medicamento.
Por mês, o valor dos comprimidos fica em mais de R$ 10 mil.
O drama da professora universitária Maria do Carmo Xavier, de 53 anos,
que mora em Belo Horizonte, começou há mais de um ano e não tem data prevista para
terminar. Em março de 2011, ela descobriu que tinha um tumor cerebral e, para lutar contra a
doença – e contra o tempo, precisou fazer cirurgia e tratamentos com quimioterapia e
radioterapia, além de usar o medicamento oral com o princípio ativo de nome temozolomida.
“Antes, eu não sentia nada, mas um dia eu estava fazendo caminhada e começou um
formigamento no corpo. A primeira suspeita médica foi de que eu estivesse tendo um AVC
[acidente vascular cerebral]”, explicou Maria do Carmo, com relação aos primeiros sintomas
que teve.
formigamento no corpo. A primeira suspeita médica foi de que eu estivesse tendo um AVC
[acidente vascular cerebral]”, explicou Maria do Carmo, com relação aos primeiros sintomas
que teve.
A partir dos exames, os médicos diagnosticaram que ela estava com um tumor no cérebro,
com 4,4 milímetros. Em três meses, ela foi a nove neurologistas e, em junho, a professora
passou por uma cirurgia que removeu parte do tumor de nome glioblastoma multiforme,
conhecido também pela sigla GBM.
com 4,4 milímetros. Em três meses, ela foi a nove neurologistas e, em junho, a professora
passou por uma cirurgia que removeu parte do tumor de nome glioblastoma multiforme,
conhecido também pela sigla GBM.
Depois da operação, ela fez quimioterapia, radioterapia e precisou usar o temozolomida. Mas
um detalhe importante assustou a paciente e a família dela: nas doses e quantidades que a
professora precisava, a conta mensal para pagar o remédio fica em R$ 10,2 mil.
um detalhe importante assustou a paciente e a família dela: nas doses e quantidades que a
professora precisava, a conta mensal para pagar o remédio fica em R$ 10,2 mil.
O remédio não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, por isso, ela entrou na
Justiça pedindo a liberação do medicamento. Em primeira instância, o Poder Judiciário
concedeu o direito, mas a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) entrou
com um recurso, e o benefício foi suspenso.
Justiça pedindo a liberação do medicamento. Em primeira instância, o Poder Judiciário
concedeu o direito, mas a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) entrou
com um recurso, e o benefício foi suspenso.
Para não interromper o tratamento, a família precisou sacar o Fundo de Garantia por Tempo
de Serviço (FGTS) para comprar os remédios. Maria do Carmo disse que também contou com
a solidariedade de parentes e amigos. “O remédio é o mais avançado para o tratamento. É o
que diminui com mais eficiência o tamanho do tumor”, salientou.
de Serviço (FGTS) para comprar os remédios. Maria do Carmo disse que também contou com
a solidariedade de parentes e amigos. “O remédio é o mais avançado para o tratamento. É o
que diminui com mais eficiência o tamanho do tumor”, salientou.
“A gente precisa ter projetos para dar sentido à vida”, destacou Maria do Carmo. E esses
projetos estão cada vez mais vivos para ela. Um deles é conseguir a medicação que termina
nesta semana. “A gente tem que ter força porque a perspectiva de vida mudou”.
projetos estão cada vez mais vivos para ela. Um deles é conseguir a medicação que termina
nesta semana. “A gente tem que ter força porque a perspectiva de vida mudou”.
Outro drama
E as mudanças trazidas pela vida podem causar
surpresas. Com a mesma doença que Maria do
Carmo, o empresário Anthony Christian Duarte
Alves, de 33 anos, também de Belo Horizonte,
descobriu que tinha um GBM no cérebro em
dezembro de 2010.
Em janeiro de 2011, ele fez uma cirurgia e todo o tumor foi retirado. Quimioterapia, radioterapia
e o temozolomida também foram os tratamentos prescritos pelos médicos a Anthony.
e o temozolomida também foram os tratamentos prescritos pelos médicos a Anthony.
Contudo, em março deste ano, o tumor reapareceu e outra operação precisou ser feita. No
procedimento, 96% do GBM foi retirado e os outros 4% que não puderam ser removidos
precisam ser combatidos com o temozolomida. Mas Anthony teve sorte e, também pela
Justiça, conseguiu o medicamento.
procedimento, 96% do GBM foi retirado e os outros 4% que não puderam ser removidos
precisam ser combatidos com o temozolomida. Mas Anthony teve sorte e, também pela
Justiça, conseguiu o medicamento.
De acordo com o pai de Anthony, o funcionário público Antônio Alves da Silva, de 58 anos, no
início do tratamento do filho, a família vez uma “vaquinha” e comprou o remédio. Depois, por
meio da Justiça, toda a medicação foi fornecida. O procedimento feito pela família de Anthony
é o mesmo que foi adotado pelos parentes de Maria do Carmo, mas o entendimento judicial foi
diferente, apesar de os casos serem semelhantes.
início do tratamento do filho, a família vez uma “vaquinha” e comprou o remédio. Depois, por
meio da Justiça, toda a medicação foi fornecida. O procedimento feito pela família de Anthony
é o mesmo que foi adotado pelos parentes de Maria do Carmo, mas o entendimento judicial foi
diferente, apesar de os casos serem semelhantes.
Especialista
O presidente da Sociedade Mineira de Neurocirurgia, Carlos Batista Alves de Souza Filho,
explicou que existem muitos tipos de tumores cerebrais, mas que o GBM é o mais agressivo.
De acordo com o neurocirurgião, “não se sabe a causa do surgimento, se tem a ver com algum
componente familiar ou se é de forma aleatória”.
Segundo Souza Filho, o tratamento usual para a doença é a retirada total e parcial do tumor
por meio de uma cirurgia. Depois, o paciente passa por sessões de quimioterapia e
radioterapia.
por meio de uma cirurgia. Depois, o paciente passa por sessões de quimioterapia e
radioterapia.
Sobre o temozolomida, o médico confirmou que o remédio evita a progressão e, alguns casos,
pode até levar à regressão do tumor. Com relação à sobrevida, o especialista disse que as
pessoas com o GBM vivem, em média, de seis meses a um ano, mas que existem exceções.
pode até levar à regressão do tumor. Com relação à sobrevida, o especialista disse que as
pessoas com o GBM vivem, em média, de seis meses a um ano, mas que existem exceções.
Governo
A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais informou que as secretarias estaduais não
fornecem diretamente medicamentos contra o câncer pelos programas de assistência
farmacêutica. Os remédios, segundo o órgão, são oferecidos pelos hospitais credenciados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS).
Depois destas alegações, com relação ao pedido da professora universitária Maria do Carmo
Xavier, a Justiça determinou a suspensão do remédio. Anteriormente, o juiz concedeu a tutela
antecipada com o fornecimento do medicamento.
Xavier, a Justiça determinou a suspensão do remédio. Anteriormente, o juiz concedeu a tutela
antecipada com o fornecimento do medicamento.
Já o Ministério da Saúde informou que o tratamento é feito de forma descentralizada e
que varia de acordo com o método adotado por cada estado. Ainda segundo o órgão, quem
realiza a compra dos medicamentos são as secretarias de Saúde porque a decisão é de
competência local.
que varia de acordo com o método adotado por cada estado. Ainda segundo o órgão, quem
realiza a compra dos medicamentos são as secretarias de Saúde porque a decisão é de
competência local.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou que o temozolomida é um
medicamento oral que pode ser comprado em farmácias e tomado em casa e, portanto, é uma
exclusão de cobertura facultada no Artigo 10, da Lei 9.656/98. De acordo com a legislação, as
operadoras só estão obrigadas a fornecer o remédio para uso durante a internação (nos planos
hospitalares), mas não para uso domiciliar (que é o mais comum no caso do temozolomida).
medicamento oral que pode ser comprado em farmácias e tomado em casa e, portanto, é uma
exclusão de cobertura facultada no Artigo 10, da Lei 9.656/98. De acordo com a legislação, as
operadoras só estão obrigadas a fornecer o remédio para uso durante a internação (nos planos
hospitalares), mas não para uso domiciliar (que é o mais comum no caso do temozolomida).
TJMG
O G1 procurou pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para que o órgão se
manifestasse a respeito de divergências em decisões judiciais para casos semelhantes, como
os dois citados na reportagem. A assessoria de imprensa do TJMG informou que nenhum
magistrado falaria sobre o entendimento dos colegas, mesmo sem falar especificamente das
decisões sobre o fornecimento do temozolomida. Ainda de acordo com a assessoria, eles são
impedidos legalmente e por questão de ética profissional de comentar veredictos.
Associação
Para ajudar pessoas na situação de Maria do Carmo e Anthony, Antônio está fundando a
Associação de Amigos e Usuários de Medicamentos Excepcionais, com o objetivo de
conseguir medicação para os que têm o GBM e outras doenças graves. “Além disso,
queremos uma casa para abrigar os pacientes que vêm do interior para fazer tratamento em
Belo Horizonte”, explicou. Quem quiser doar ou ajudar na implantação da associação pode
ligar para o número (31) 8415-3585.
O mais contraditório é que nossa presidente passou por esta doença, porém com posses
conseguiu além dos melhores médicos, os melhores tratamentos sem a NECESSIDADE QUE
NÓS MORTAIS TEMOS DE MENDIGAR, DE IMPLORAR O QUE PAGAMOS EM IMPOSTOS
DESVIADOS, EM TAXAS SEM SENTIDO...
conseguiu além dos melhores médicos, os melhores tratamentos sem a NECESSIDADE QUE
NÓS MORTAIS TEMOS DE MENDIGAR, DE IMPLORAR O QUE PAGAMOS EM IMPOSTOS
DESVIADOS, EM TAXAS SEM SENTIDO...
http://simonnemachado.blogspot.com.br/
Professora Psicopedagoga Simonne Machado