segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Gilberto Vieira Cotrim


1a edição – 2005
Editora Saraiva
SUMÁRIO DA OBRA
Livro do Aluno
Organizada em volume único, a obra apresenta-se estruturada em unidades,
que, por sua vez, se subdividem em capítulos. Na abertura de cada unidade,
uma imagem, uma epígrafe e um texto introdutório delineiam os principais
temas tratados nos capítulos, e uma seção – Investigando – propõe questões
para verificação de conhecimentos prévios. Ao final da unidade, há um rol de
questões que fizeram parte de concursos vestibulares das principais instituições de

Ensino Superior brasileiras. Cada capítulo inicia-se com um texto introdutório,
que apresenta uma problematização relacionada ao seu conteúdo. O texto é
intermediado por quadros laterais com um pequeno glossário, por um quadro
com textos complementares e pela seção Monitorando, com questões para
revisão de conteúdo. Ao final do capítulo, são apresentadas as seções Oficina
de História, contendo exercícios e atividades com objetivos diversificados, e
Para saber mais, com sugestões de vídeos e livros. No final do livro, há uma
cronologia da História do Mundo e do Brasil e uma bibliografia. Um volume,
com 57 capítulos, organizados em 15 unidades:
Volume único (608 páginas)
Unidade 1 - Refletindo sobre história
Unidade 2 - Pré-História
Unidade 3 - Antiguidade Oriental
Unidade 7 - Antiguidade Clássica
Unidade 5 - Idade Média Oriental
Unidade 6 - Idade Média Ocidental
Unidade 7 - Idade Moderna
Unidade 8 - Brasil Colônia
Unidade 9 - O mundo em transformação (séculos XVII-XVIII)
Unidade 10 - O mundo no século XIX
Unidade 11 - O Brasil no século XIX
Unidade 12 - O mundo na primeira metade do século XX
Unidade 13 - O Brasil na primeira metade do século XX
Unidade 14 - O mundo contemporâneo
Unidade 15 - O Brasil contemporâneo
Livro do Professor
O Manual do Professor compõe-se de três itens: Orientação teóricometodológica
(História, historiador e historiografia; Educação, professor e
livro didático; Concepção da obra), Avaliação Pedagógica (O que avaliamos?;
Como avaliamos?; Quando avaliamos?; Respostas – orientações e sugestões),
e Informações adicionais e sugestões de trabalho (História, ensino e pesquisa;
Mapas históricos; Iconografia; Literatura; Memória oral; Filmes; Estudo do
espaço social), além da Bibliografia do manual.
ANÁLISE DA OBRA
A metodologia de ensino-aprendizagem, coerentemente desenvolvida,
procura valorizar a transmissão dos conteúdos históricos. Ao mesmo tempo,
busca desenvolver as habilidades cognitivas do aluno, que é instigado a
refletir criticamente e a produzir conhecimento. Nos textos introdutórios
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das unidades e dos capítulos e nas atividades e exercícios propostos na seção
Oficina de História (Relacionando Conteúdos, Relacionando Passado e Presente,
Mudanças e Permanências, Integração Disciplinar, Desenvolvendo Atitudes),
verifica-se o compromisso de propiciar situações em que possam emergir os
conhecimentos prévios do aluno e a sua opinião sobre os novos conteúdos.
São oferecidas questões bem formuladas, que estimulam a aprendizagem,
incentivam a pesquisa e fazem pensar historicamente, propondo o debate
e a prática de atitudes solidárias. A realidade social na qual vive o aluno
é constantemente trazida à tona, com o intuito de provocá-lo a pensar na
comparação entre o passado e o presente.
O desenvolvimento dessa proposta nem sempre se efetiva na construção
do texto didático principal. Há desequilíbrio entre o texto, que apresenta,
em muitos capítulos, uma narrativa factual, linear e pouco dialógica, e o
conjunto de atividades e exercícios. Os conteúdos históricos selecionados e
tidos como socialmente relevantes não são acompanhados de reflexão sobre
as razões de sua escolha. O texto é fluente e apresenta unidade, coerência
e coesão. A sua linguagem é adequada ao aluno do Ensino Médio e a
apresentação dos conceitos e informações respeita a capacidade cognitiva
própria desse nível de ensino.
Duas preocupações principais configuram a metodologia da História: a atenção
à identificação das conexões entre as experiências históricas passadas e o mundo
atual; e o reconhecimento da diversidade de interpretações, de modo a enfatizar
o caráter seletivo das escolhas do historiador. Ao enfatizar a historicidade das
interpretações do passado, ancoradas no contexto sócio-cultural em que são
elaboradas, a obra evidencia que o fato histórico é produto de escolha, seleção,
filtros culturais, lembranças e esquecimentos. Essa perspectiva é corroborada
pelos procedimentos de identificação, em cada capítulo, de um problema para
reflexão e pela condensação do sentido de cada tópico por meio de pequenas
frases acopladas aos subtítulos, assim como pelas atividades da seção Oficina
de História, que problematizam a relação presente-passado e a identificação
de mudanças e permanências, sempre valorizando a idéia de que o sentido da
narrativa do passado é imposto pelo presente.
A renovação historiográfica pretendida não está presente da mesma forma em
toda a obra. Também não ocorre de maneira uniforme nos capítulos, pois
nem sempre é incorporada ao texto didático, permanecendo, nessas ocasiões,
localizada apenas em quadros laterais. É mais identificável nas unidades sobre
Idade Moderna, Brasil Colônia e sobre Brasil na primeira metade do século
XX. Ao longo da obra, as divergências interpretativas sobre um determinado
processo ou fato, assim como as tensões entre as diferentes versões dos sujeitos
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históricos acerca do que está sendo vivido, são pouco valorizadas. Em vários
capítulos, o conteúdo do texto principal mantém-se preso à descrição factual e
aos temas já consagrados nos livros didáticos.
A ausência de uma reflexão sistemática sobre os conceitos fundamentais da
História implica desequilíbrios e insuficiências ao longo de toda a obra. Assim,
mesmo não havendo identificação da História com heróis, fatos e datas, alguns
capítulos dão grande destaque à atuação de líderes políticos, muito em função
da opção por uma narrativa política e factual. Ressente-se nessas narrativas
da ausência de uma abordagem mais analítica e sintética, que incorpore
também aspectos culturais, sociais e até mesmo econômicos. Por outro lado,
em algumas temáticas, sujeitos históricos como escravos, africanos, sertanejos,
cangaceiros e marinheiros tomam o lugar central dos acontecimentos, sendo
apresentados como protagonistas da História. Se, em algumas unidades,
principalmente nas relacionadas ao mundo antigo, medieval e moderno, são
identificados os valores, as crenças e as representações dos diversos grupos
sociais e indivíduos, não é encontrada a mesma preocupação nos capítulos
sobre o mundo contemporâneo. O conceito de tempo histórico recebe atenção
especial no primeiro capítulo (Tempo e História). As operações de duração,
ordenação, seqüência e simultaneidade são apresentadas ao longo da obra de
uma forma lógica e compreensível, obedecendo, contudo, à ordem convencional
da História: da História européia para a periferia.
As fontes históricas são apresentadas de forma variada no decorrer da obra. A
maior parte da documentação, entretanto, é relativa à esfera da vida pública: atos,
projetos e memórias de governantes ou ilustrados. Verifica-se que uma parcela
dos capítulos não apresenta nenhuma fonte escrita e somente uma pequena parte
é objeto de tratamento analítico específico. As fontes visuais são abundantes:
reproduções de desenhos, pinturas, fotografias e mapas cartográficos. Estão
inseridas ao longo de toda a obra e complementam o texto dos capítulos.
Entretanto, grande parte possui apenas função ilustrativa.
A construção da cidadania está contemplada na obra em vários momentos,
ainda que a noção não seja objeto de reflexão no Manual do Professor. Os
conflitos e as diferenças entre grupos sociais, povos e indivíduos são tratados
como objetos para reflexão sobre a ação e a condição humanas. Buscou-se colocar
em evidência a diversidade cultural das sociedades no tempo e no espaço, de
modo a que seja cultivado o respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas e
políticas. Apresentam-se também narrativas que delineiam as condições históricas
para a emergência de um conjunto de direitos legais que formam as bases para
a igualdade cidadã. Tais discussões são apresentadas nos diversos quadros que
tematizam religiosidade ou nos contextos que propiciam reflexões sobre racismo.
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Também aparecem em atividades, como naquela denominada Desenvolvendo
Atitudes, da seção Oficina de história, cuja ênfase recai na construção, com os
alunos, de uma reflexão ativa sobre a tolerância, a diversidade, o reconhecimento
e o respeito em relação aos mais diversos grupos humanos.
O Manual do Professor explicita, sucintamente, a articulação das propostas
teórico-metodológicas com as estratégias utilizadas na elaboração da obra.
Apresenta o padrão de organização, que é rigorosamente perseguido ao longo das
unidades e capítulos. Não são explicitados, porém, os critérios que presidem a
organização e a seleção dos conteúdos, assim como não há orientações que visem
auxiliar o professor a articular os conteúdos de História com os de outras áreas
do conhecimento. As atividades e exercícios propostos vêm acompanhados de
um comentário muito pequeno sobre seus objetivos. Sugestões e indicações de
respostas para as atividades presentes no Livro do Aluno, nas seções Monitorando,
Oficina de história e Vestibulares, são coerentes com os conteúdos apresentados.
As referências teóricas para a área de educação são insuficientes e a bibliografia
oferecida ao professor poderia ser mais expressiva. Os tópicos sobre o que avaliar,
como avaliar e quando avaliar são úteis ao professor, pois favorecem a reflexão
acerca do desenvolvimento da consciência histórica dos alunos, principalmente
por meio do estudo da relação entre o presente e o passado. A última parte
orienta os professores sobre as possibilidades de pesquisa em História no Ensino
Médio, seja com a utilização de instrumentos como mapas históricos, imagens,
textos literários, fontes orais e filmes, seja com o estudo em locais extraclasse,
como museus e bairros da cidade. São poucas, entretanto, as orientações de como
o professor pode utilizar o livro didático para a realização dessas sugestões.
A editoração é bem cuidada. Os textos e as imagens estão distribuídos de
forma adequada, integrando de maneira equilibrada os conteúdos da obra. Os
capítulos estão subdivididos em tópicos, quadros variados, ilustrações e mapas,
todos apropriadamente demarcados por recursos gráficos. As imagens e os mapas
apresentam legendas e créditos bem identificados. O projeto gráfico fornece à
obra recursos capazes de estimular seu manuseio e a leitura do texto.
RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR
Ao adotar essa obra, o professor encontrará, nas atividades e exercícios
propostos, caminhos sugestivos para o envolvimento do aluno com o
conhecimento histórico e com a construção da cidadania. O professor terá
na seção Oficina de História excelente ponto de partida para trabalhar uma
pedagogia da História voltada à problematização da relação entre passado e
presente, ao desenvolvimento de atitudes críticas e solidárias e à comparação
de situações históricas distintas.
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Contudo, será necessário um investimento complementar, pois não são
fornecidos instrumentos suficientes para o desenvolvimento de todos os
exercícios propostos, principalmente os relacionados às atividades de pesquisa.
Do mesmo modo, exige-se do professor esforço adicional para a elaboração
de trabalho interpretativo das fontes escritas e visuais. Estas podem vir a ser
importante reforço para a leitura, a compreensão e a problematização dos
textos, na medida em que o docente se interesse em utilizá-las. Por fim, ele
deve observar o desequilíbrio entre os conteúdos selecionados, particularmente
a ausência de conteúdos específicos sobre América hispânica e África.
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SÍNTESE AVALIATIVA
Ao abordar a experiência histórica do século XV ao XXI, a obra trata de temas
e problemas centrais e significativos, recorre a princípios metodológicos de
ensino-aprendizagem e de História adequados à faixa etária dos alunos, e
apresenta texto de qualidade e amplo material visual. Privilegia a História
Geral, mas estabelece diálogos freqüentes com as Histórias do Brasil, da
América Hispânica, da África e da Ásia. Sua estrutura respeita a seqüência
cronológica e permite, por meio do diálogo entre o texto didático e outros
textos, o entendimento da simultaneidade e da variedade de possibilidades
históricas. A percepção da realidade social do aluno e das relações entre
passado e presente é estimulada por paralelos e pela sugestão constante de
pesquisas e debates. O recurso freqüente a fontes escritas, sua problematização
e as atividades propostas são pontos fortes da obra, estimulando a aquisição
de habilidades cognitivas e a leitura regular de textos, com grau crescente de
complexidade. O projeto gráfico facilita e estimula a leitura, articulando bem
texto e material visual.
História Moderna

Atena

Seja Bem Vindo

EDUCAÇÃO, INFORMAÇÕES,ATUALIDADES, DICAS,TECNOLOGIA: SUAS DIFICULDADES , NOVIDADES E SISTEMAS DE SEGURANÇA DIGITAIS,INTERNET,REDES SOCIAIS, COMPUTADORES SOFTWARES ÚTEIS e MUITA, MUITA LÍNGUA MATERNA
Espero sinceramente ser útil a você.

Muita Luz e Paz!

Professora Simone Calixto