domingo, 30 de setembro de 2012

PERÍODOS LITERÁRIOS: REPOSTANDO 1º TROVADORISMO

O TROVADORISMO, PRIMEIRO PERÍODO LITERÁRIO ,
1189 ( 1198 não há precisão na data)- / SÉCULO XII





Acontece na Idade Média, TEM CARACTERÍSTICAS PRIORITARIAMENTE FEUDAIS, tanto nas relações comerciais, bem como nas relações E PESSOAIS, AMOROSAS.
É importante citar que A IGREJA DETINHA O PODER SOBRE TUDO, por isto era ESTE PERÍODO FOI chamado de TEOCENTRISMO ( "DEUS" COMO CENTRO DO UNIVERSO).
Todas as ordens, relações passavam pelos critérios da igreja CATÓLICA,
Quando FRISEI "DEUS", HÁ QUE SE ENTENDER A IGREJA CATÓLICA , que se valia de Deus para controlar a vida das pessoas, bem como castigá-las caso não seguissem SEUS CRITÉRIOS , MUITO PECULIARES.
É nesta época que acontece a INQUISIÇÃO,  famosa caça às bruxas. Bruxas era consideradas todas as mulheres que conheciam as ervas , ervas inocentes que conhecemos até hoje ( quem não sabe de uma receita de algum chazinho para quaisquer males?)
A Igreja também COBRAVA POR PECADOS DE SEUS "FIÉIS" ( COBRA INDULGÊNCIA) , isto você já deve ter visto ou certamente verá em História.
Note que estas duas disciplinas são irmãs de primeiro grau...A História rege o pensamento literário que por sua vez influência a História.
A ALFABETIZAÇÃO ERA PROIBIDA PELA IGREJA, SEU ACESSO ERA APENAS AO CLERO E A NOBREZA, PARA QUE OS POBRES PRECISAM DE ALFABETIZAÇÃO? SERIA PERIGOSO...INSTIGAR O PENSAMENTO DOS MAIS DESVALIDOS ERA AMEAÇADOR ( PENSEMOS...ERA?)
Ao pensarmos, verificamos , VERIFICAMOS QUE ATÉ HOJE A EDUCAÇÃO DE FATO, É PRIORIZADA, REALIZADA, PROGRAMADA PARA AS ELITES...

Para agradar a nobreza, eram contratados TROVADORES A FIM DE "DISTRAIR" OS MAIS ABASTADOS, APRESENTAVAM-SE EM LOCAIS PÚBLICOS. RECEBIAM "ENCOMENDAS" E POR NÃO PODEREM REGISTRAR SUA CANTIGAS ( A PRODUÇÃO LITERÁRIA REALIZADA POR TROVADORES ERAM PARA SEREM CANTADAS), SEMPRE CANTADAS POR HOMENS. HAVIAM VÁRIAS CANTIGAS, A SABER:


No intuito de retratar a vida aristocrática nas cortes portuguesas, as cantigas receberam influência de um tipo de poesia originário da Provença – região sul da França, daí o nome de poesia provençal –, como também da poesia popular, ligada à música e à dança. No que tange à temática elas estavam relacionadas a determinados valores culturais e a certos tipos de comportamento difundidos pela cavalaria feudal, que até então lutava nas Cruzadas no intuito de resgatar a Terra Santa do domínio dos mouros. Percebe-se, portanto, que nas cantigas prevaleciam distintos propósitos: havia aquelas em que se manifestavam juras de amor feitas à mulher do cavaleiro, outras em que predominava o sofrimento de amor da jovem em razão de o namorado ter partido para as Cruzadas, e ainda outras, em que a intenção era descrever, de forma irônica, os costumes da sociedade portuguesa, então vigente. Assim, em virtude do aspecto que apresentavam, as cantigas se subdividiam em: 
Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. 
A designação "trovador" aplicava-se aos autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral, termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores interpretasse igualmente as suas próprias composições.
AS COMPOSIÇÕES DOS TROVADORES SE TORNARAM POPULARES ATRAVÉS DE LETRAS DE FÁCIL ASSIMILAÇÃO, E SE PERPETUARAM DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO ATRAVÉS DO CANTO. PODE-SE CITAR COMO ANALOGIA CANTIGAS COMO PARABÉNS PARA VOCÊ, CANTIGAS DE NINAR, AS QUAIS NÃO APRENDEMOS PELA ESCRITA, MAS POR TRANSMISSÃO ORAL DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO.
RECORDANDO: "EU-LÍRICO- AQUELE QUE CANTA, ASSUME A LEITURA, A REPRESENTAÇÃO DA CANTIGA, PODEMOS COMPARÁ-LA ÀS CANCÕES ATUAIS QUE NEM SEMPRE REPRESENTAM O QUE O CANTOR(A) SENTE,MAS O QUE O "EU -LÍRICO" SENTE E DEMONSTRA)
CANTIGAS LÍRICAS             DE AMOR
                                                                       DE AMIGO ( encomendadas por mulheres mas cantadas por homens SEMPRE)
CANTIGAS SATÍRICAS              DE ESCÁRNIO ( o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. )
                                                                               
DE MALDIZER ( a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.

Cantigas de amor
O sentimento oriundo da submissão entre o servo e o senhor feudal transformou-se no que chamamos de vassalagem amorosa, preconizando, assim, um amor cortês. O amante vive sempre em estado de sofrimento, também chamado de coita, visto que não é correspondido. Ainda assim dedica à mulher amada (senhor) fidelidade, respeito e submissão. Nesse cenário, a mulher é tida como um ser inatingível, à qual o cavaleiro deseja servir como vassalo. A título de ilustração, observemos, pois, um exemplo:
Cantiga da Ribeirinha
No mundo non me sei parelha,
entre me for como me vai,
Cá já moiro por vós, e - ai!
Mia senhor branca e vermelha.
Queredes que vos retraya
Quando vos eu vi em saya!
Mau dia me levantei,
Que vos enton non vi fea!
E, mia senhor, desdaqueldi, ai!
Me foi a mi mui mal,
E vós, filha de don Paai
Moniz, e bem vos semelha
Dhaver eu por vós guarvaia,
Pois eu, mia senhor, dalfaia
Nunca de vós houve nem hei
Valia dua correa
.

                                  Paio Soares de Taveirós
Vocabulário:
Nom me sei parelha: não conheço ninguém igual a mim.
Mentre: enquanto.
Ca: pois.
Branca e vermelha: a cor branca da pele, contrastando com o vermelho do rosto, rosada.
Retraya: descreva, pinte, retrate.
En saya: na intimidade; sem manto.
Que: pois.
Des: desde.
Semelha: parece.
D’haver eu por vós: que eu vos cubra.
Guarvaya: manto vermelho que geralmente é usado pela nobreza.
Alfaya: presente.
Valia d’ua correa: objeto de pequeno valor.
Cantigas de amigo
Surgidas na própria Península Ibérica, as cantigas de amigo eram inspiradas em cantigas populares, fato que as concebe como sendo mais ricas e mais variadas no que diz respeito à temática e à forma, além de serem mais antigas. Diferentemente da cantiga de amor, na qual o sentimento expresso é masculino, a cantiga de amigo é expressa em uma voz feminina, embora seja de autoria masculina, em virtude de que naquela época às mulheres não era concedido o direito de alfabetização.
Tais cantigas tinham como cenário a vida campesina ou nas aldeias, e geralmente exprimiam o sofrimento da mulher separada de seu amado (também chamado de amigo), vivendo sempre ausente em virtude de guerras ou viagens inexplicadas. O eu lírico, materializado pela voz feminina, sempre tinha um confidente com o qual compartilhava seus sentimentos, representado pela figura da mãe, amigas ou os próprios elementos da natureza, tais como pássaros, fontes, árvores ou o mar. Constatemos um exemplo:
Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?
(...)                                                            
D. Dinis
Cantigas satíricas
De origem popular, essas cantigas retratavam uma temática originária de assuntos proferidos nas ruas, praças e feiras. Tendo como suporte o mundo boêmio e marginal dos jograis, fidalgos, bailarinas, artistas da corte, aos quais se misturavam até mesmo reis e religiosos, tinham por finalidade retratar os usos e costumes da época por meio de uma crítica mordaz. Assim, havia duas categorias: a de escárnio e a de maldizer.
Apesar de a diferença entre ambas ser sutil, as cantigas de escárnio eram aquelas em que a crítica não era feita de forma direta. Rebuscadas de uma linguagem conotativa, não indicavam o nome da pessoa satirizada. Verifiquemos: 
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!...
João Garcia de Guilhade
Nas cantigas de maldizer, como bem nos retrata o nome, a crítica era feita de maneira direta, e mencionava o nome da pessoa satirizada. Assim, envolvidas por uma linguagem chula, destacavam-se palavrões, geralmente envoltos por um tom de obscenidade, fazendo referência a situações relacionadas a adultério, prostituição, imoralidade dos padres, entre outros aspectos. Vejamos, pois:
Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!...
Pero Garcia Burgalês

O AMOR PARA O TROVADOR, ERA ALGO IMPOSSÍVEL E DE FATO ( AO CONTRÁRIO DA ATUALIDADE) MORRIAM DE AMOR.
PARA SER AMOR, HAVIA DE SER IMPOSSÍVEL, IRREALIZÁVEL, IDEAL :UMA VEZ CONCRETIZADO O COITO AMOROSO, ACABAVA O AMOR...
Seria este pensamento tão distante de nossos dias? Ou ainda sofremos, por amores impossíveis?

Professora  Psicopedagoga Simonne Machado


Seja Bem Vindo

EDUCAÇÃO, INFORMAÇÕES,ATUALIDADES, DICAS,TECNOLOGIA: SUAS DIFICULDADES , NOVIDADES E SISTEMAS DE SEGURANÇA DIGITAIS,INTERNET,REDES SOCIAIS, COMPUTADORES SOFTWARES ÚTEIS e MUITA, MUITA LÍNGUA MATERNA
Espero sinceramente ser útil a você.

Muita Luz e Paz!

Professora Simone Calixto